No dia 17 de dezembro de 1968, cerca de 700 estudantes da USP foram presos no CRUSP, aproximadamente às 17h. 4 dias depois do AI-5.
Foi um horror. A polícia cercou os prédios às 5 horas da manhã. Ninguém podia se alimentar. Água e luz foram cortadas.
Cerca de 30% eram mulheres. Todos foram levados para o presídio Tiradentes e lá, permaneceram até 30 dias incomunicáveis.
Foi um horror. Não puderam voltar para pegar seus pertences.
Walter da Silva, nosso companheiro do PT, fazia história e foi acusado pelos caguetas por 2 crimes, isso marcou profundamente sua vida, trazendo sérios prejuízos, sendo impedido anos depois de ser o diretor do CPUSP.
Quando saiu de lá, não pode buscar seus pertences e ficou perambulando pelas ruas de Pinheiros sem dinheiro, até arrumar um lugar para morar.
Hoje ele é o grande articulador em manter viva a memória do CRUSP contra os cães da ditadura.
Esse é um testemunho para que todos se lembrem dos 700 companheiros presos nessa data e que tiveram suas vidas marcadas, mas adquiriram força e resistência que nos passam até os dias de hoje.
Viva a luta do CRUSP. Abaixo a ditadura militar e pela abertura imediata dos arquivos e a responsabilização dos assassinos e dos torturadores.
Adriano Diogo, geólogo e deputado estadual (PT-SP).
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