14 de abr. de 2011

Assassinatos na Baixada Santista

Prezado deputado,

Diante das barbaridades que têm ocorrido na Baixada Santista, com um volume altíssimo de crimes de execução sumária, pedimos que, por favor, convoque as autoridades de Segurança do Estado para uma audiência pública na própria Baixada Santista – cujo centro regional é a cidade de Santos – com a máxima urgência. Isso é necessário, pois a vida humana nada representa para os grupos que atuam por lá, atirando e executando pessoas a esmo nas ruas.

Já no ano passado, também no mês de abril, houve o registro de 28 mortes dessa mesma maneira, com “aviso” nas cidades de Santos e São Vicente sobre um “toque de recolher”, determinado por sabe-se lá quem. Segundo o noticiário da imprensa, 18 pessoas, entre elas policiais militares, chegaram a ser presas com denúncia de integrar esses grupos. Mas imediatamente foram soltos e nada mais se soube sobre o assunto – nem se foi aberto inquérito, se há denúncia pelo Ministério Público ou processo no Judiciário. Lembramos também que a situação só se acalmou quando uma autoridade diplomática dos Estados Unidos alertou os turistas de seu país para que não freqüentassem as cidades do litoral santista, pois não poderiam garantir suas vidas.

Um ano depois, pelo jeito, a situação se repete. A situação das famílias – e mesmo dos turistas – é de desespero. Anexamos documento que recebemos do grupo Mães de Maio, formado por mulheres que viram seus filhos executados na macabra operação de matança ocorrida em nosso Estado em maio de 2006.

Hoje pela manhã a Globonews (TV Globo-Canal 40 da Net) mostrou uma cena em que dois homens caminham por uma calçada próxima à orla (o desenho é aquele usado em Copacabana) quando na rua passa um carro preto de vidro tipo insulfilme, totalmente vedado. O carro dá marcha-à-ré e o motorista chama os homens, como quem pede uma informação. Os dois atendem e, ao chegar mais perto do carro, levam vários tiros e caem. Um deles morreu, segundo a notícia, e o outro está em estado grave. As imagens foram feitas pela câmera de segurança de um prédio. Pedimos ao deputado que requisite a fita com as imagens para maior apuração e por tratar-se de prova de execução sumária, sem nenhuma possibilidade de defesa da vítima. Essas cenas estão cada vez mais entrando no nosso cotidiano, mostrando à sociedade a banalidade do mal e da morte. Assim como o deputado, companheiro de todas as horas, lutamos pela vida e por sua valorização.

No aguardo de suas providências, com o abraço fraterno,

GRUPO TORTURA NUNCA MAIS – SP
Rose Nogueira
Presidente

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